Especial Post 700 : Ervi e os Três Vinténs

Não que seja da vossa conta, mas faz hoje anos que perdi a virgindade. A ventral, entenda-se. Ainda fui aos perdidos e achados da Carris mas não mais a encontrei.

A Dora, essa imensidão de mulher e grande celebridade na Damaia por ter ganho um concurso televisivo, apanhou-me a jeito no sofá de napa avermelhado da sala dos pais dela e toma lá que já almoçaste. Ervi no ar, Ervi no chão, Ervi põe os óculos que estás a titilar o manjerico.

Lembro-me, como se tivesse sido ontem, de ela baptizar o meu Órgão Independente como “o Cuspidor do Amor”. Eu achava aquilo terrivelmente romântico, o que é compreensível visto que já era do sexo masculino na altura. Até hoje nunca perdi esse hábito nomenclatural corporal e é com extrema ternura que recordo as minhas queridas “Mira De Aire”, “Minnie Mouse”, “Sinéad O’Connor” e “Fafá do Dafundo”.

Se fosse no tempo presente, haveria logo vozes histéricas a exclamar “pedofilia”, ”abuso sexual de menor”, ”sexo ilícito com adolescente” e patacoadas do género. Paneleirices da globalização digo eu. Nunca fiquei minimamente traumatizado, ela foi sempre decente e nunca me levou um tostão e, até à data, nunca lhe perdi o gosto de ser sexualmente abusado.