Day 2 (Part II)
Gingando pela rua ao som do Lou Reed, Ervi dirige-se ao Pub, protegendo-se o melhor que pode da chuva molha tolos que insiste em cair. Lá chegado descobre, com grande estupefacção, que o grupo que vai integrar está sentado na rua para que se possa fumar à vontade. Ervi resigna-se, mantem o capuz posto, puxa uma cadeira e junta-se a eles.
Feitas as apresentações, é-lhe de imediato perguntado o que deseja beber. Ervi está verde de fome e tenta explicar que assim um javali inteiro é que lhe saberia bem. Tenta pedir uma half-pint, mas dizem-lhe logo que isso não é aceitável, nem os gays, nem as mulheres, nem as crianças, nem os animais de estimação bebem half pints. Ervi só bebe socialmente e desconfia que uma pint inteira, praticamente em jejum, o vai deixar a fazer figuras tristes.
O grupo é heterogéneo e fluído. Há pessoas que vão embora, e outras que aparecem e tomam o seu lugar. Há muitas nacionalidades representadas: portuguesa, espanhola, inglesa, romena, tailandesa, etc.
Ervi vai falando com toda a gente. Com a Luzia, que é espanhola, explica-lhe que tudo o que sabe de espanhol é graças aos filmes pornográficos dobrados que passam na tv cabo. Ela ri muito enquanto Ervi tenta dizer “fetiche” em espanholês.
O Situpon, tailandês, tem um crush indisfarçável na Luzia, e já meio com os copos tenta convencê-la a passar a noite com ele. Ela só se ri e não lhe responde. Desesperado, Situpon pergunta aos presentes qual o máximo que se pode levantar no multibanco de uma só vez. MBA tenta, em vão, perceber se Situpon tem a noção do que o que diz, pois, a menos que seja uma piada, é extraordinariamente ofensivo.
Entretanto Mark olha para as botas de BA e explica que são FMBs. Niguém sabe do que está a falar. “Fuck Me Boots” esclarece Mark com um sorriso malandro e a risota continua a progredir aritmeticamente e de forma directamente proporcional à quantidade de álcool consumido.
Ao fim de uma hora, ou mais, Ervi lá consegue alguma comida: um pacote de batatas fritas com sabor a cebola e um de amendoins torrados. A cozinha dos Pubs fecha às 20h, faça chuva ou faça chuva.
Ervi está orgulhoso de si mesmo. Já bebeu 3 pints e sente que está tudo sob controle. O caso muda de figura quando tem de se levantar, pela primeira de muitas vezes, para ir à casa de banho, à Little Man’s Room. Ervi tem visões da adolescência, memórias de quando tinha dificuldade em aguentar o álcool. As coisas correm pelo melhor, apesar de, aparentemente, nenhum inglês se dar ao trabalho de lavar as mãos.
Às dez da noite em ponto somos “expulsos” para dentro do Pub. Existe um acordo com os moradores locais, de forma a minimizar o barulho e os possíveis incómodos. Toda a gente já se ri por tudo e por nada. As faces ganham cores rosadas, algumas pessoas começam a falar de voz arrastada e as gargalhadas roçam o limite de decibéis permitido por lei.
Quando às onze e quinze somos corridos de vez, Ervi contabiliza oito (8!!) pints no bucho e mantem-se, teimosamente, de pé. E o pior é que a noite ainda era uma criança...
(continua)
3 comments:
sim, sim, quero mesmo acreditar q foram 8 pints e ainda estavas de pé!
Eu cá n sou de intrigas, mas... ; ))
Bjks
Ó Su,
Não seja assim a Senhorita...
O Ervi estava de pé, o pirilampo do do Ervi nem com uma grua industrial... :D
bjs
Isso do pirilampo é que foi uma maçada...
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