Esta saborosa obra de ficção é uma co-produção DNC e EA. Qualquer semelhança com pessoas reais, actos sexuais ou lugares transcendentais terá sido mera coincidência.
Pedro e Inês não se conheciam. Mas isso estava prestes a mudar. A manhã arrastava-se indolente aquecida pelo sol outonal. Os pombos reinavam nas ruas desertas e Pedro guiava, no meio das duas faixas de rodagem, absorto na irritação causada pelas diferenças conjugais, aparentemente irreconciliáveis, que teimavam em assombrá-lo diariamente. Ir trabalhar num feriado era um escape, sentia-se bem com o escritório vazio e sabia que concentrar a sua mente noutros assuntos era exactamente o tipo de solução temporária que precisava.
Pedro e Inês não se conheciam. Mas talvez até já se tivessem cruzado no gigantesco edifício de escritórios em que ambos trabalhavam.
Depois de passar pelo sonolento segurança, Inês dirigiu-se aos elevadores. Os seus saltos ecoavam no frio chão de mármore. Estava com pressa de ir recuperar o telemóvel esquecido, pois era aguardada para cozinhar um bacalhau com natas num almoço de família.
Pedro e Inês não se conheciam. Mas iam andar no mesmo elevador sozinhos. Quando o ascensor chegou, Pedro deixou-a entrar primeiro e, de seguida, perguntou:
- Para que andar é que a senhora vai?
- Décimo nono, obrigada – retorquiu Inês com um sorriso fechado, mas educado
A viagem não era longa, mas foi subitamente interrompida por um soluço do elevador, seguido da imobilização total do mesmo, entre os nono e décimo andares.
As luzes apagaram-se e Inês suspirou:
- Ai, só me faltava mais esta
- Deve ter havido uma quebra de energia, por isso não se preocupe – disse ele, tentando acalmá-la.
A serenidade dele contrastava com a inquietação dela. Pedro pegou no auscultador que existia dentro daquela caixa que se encontrava suspensa no ar, e tentou uma ligação para o segurança.
Sem êxito.
- Bom, parece que estamos aqui prisioneiros … continuou ele, enquanto tirava o telemóvel do bolso e o ligava, na tentativa de iluminar o espaço.
A luz era fraca mas a suficiente para ver as feições finas de Inês. Um nariz pequeno vagamente empinado, uma boca bem desenhada, uns olhos vivos e curiosos, se bem que a denotar alguma agitação.
- Vou ver se tenho rede...
- Agradeço-lhe, deixei o meu no escritório
- Parece que não, nem uma barrinha. Mas não se preocupe que o segurança lá em baixo, mais cedo ou mais tarde, dará por nós.
Inês estava a começar a sentir-se fisicamente mal. Taquicardia e respiração algo acelerada. Num impulso absolutamente fora do comum disse:
- Peço-lhe imensa desculpa, mas não me estou a sentir bem. Seria possível que me desse a mão?
Sem pensar duas vezes, Pedro agarrou-lhe de imediato a mão, assustado com o facto de que lhe estivesse a acontecer alguma coisa grave. Assim que as suas mãos se tocaram, Inês sentiu uma energia emanar dele e acalmou-se.
- Obrigada… isto já passa, disse ela enquanto o olhava através daquela luz ténue. A quietude que transparecia dos olhos dele era o suficiente para a deixar reconfortada.
Sentiu calor e tirou o casaco, ficando apenas com uma blusa sobre o tronco. O botão de cima tinha-se desapertado com o movimento, e só se deu conta quando, por entre as palavras reconfortantes de Pedro, reparou que ele olhava de soslaio para o decote dela.
- A propósito, sou a Inês, disse ela emitindo um sorriso
Acto contínuo, sem que Pedro tivesse tempo de proferir uma palavra, Inês pega na mão dele e coloca-a sobre o seu seio direito. Pedro não oferece resistência, está surpreendido e fica completamente imóvel, como uma estátua, durante alguns instantes. Depois começa a acariciar-lhe o peito, mesmo por cima da blusa e do soutien. Quando lhe encontra o mamilo, aperta-o, o que faz com que os lábios de Inês se entreabram para soltar um gemido de prazer.
- Muito prazer, Inês – diz Pedro com segundo sentido, enquanto as suas mãos se começam a aventurar mais e a desapertar os botões da blusa dela – Eu sou o Pedro...
Ainda absorta com aquela situação, e com o seu próprio descaramento, Inês limita-se a sentir aquela mão que a acaricia delicadamente, agora por baixo da blusa e do soutien, sem proferir uma única palavra.
O elevador continua estático e às escuras, o que torna tudo mais inebriante. Ela não o está a ver, apenas a sentir o seu toque e a ouvir a sua respiração que, gradualmente, vai aumentando.
- Isto está a ser um bocadinho inusitado… diz ele, como que a desculpar-se.
- Sim, sem dúvida, responde ela de forma arrastada, embriagada pelas sensações.
E beija-a.
(continua)
7 comments:
Das duas vezes que fiquei presa num elevador: uma foi com a minha prima mais nova que na altura tinha apenas três anos e fez um berreiro monumental e a outra fiquei fechada com uma velhota rezingona que morava no andar acima da casa de uns amigos dos meus pais e que me desa tou a insultar porque "isto são os putos que veêm para aqui fumar e saltar e, o caraças mais velho"...
Está visto que ando a frequentar os elevadores errados....dasss
Eu diria que sim, que és azarada... e olha que a coisa mal começou a aquecer...
beijo
Ervi
Com que então andas numa joint venture com outra, não é? Pois, para mim é bom na cama, para ela, é no elevador! Ao menos escolheste bem. E aguardo o resto da história...
O mais estranho é que a Diaba também tem um coração de uma só cor: azul e branco!
A minha vida anda de pernas para o ar!
Escolho quase sempre bem ;)
Ervi
Eu também ando a frequentar os elevadores errados... quase todos os dias fico presa no meu mas é com uma diaba de 3 anos... há vidas tristes
estão a falar de mim?? não se acanhem... ai mau maria!
bad, para mim é bom em todo o lado! (e a cena no elevador foi o querido ervi que escolheu) hehehe
beijos
Bom, bom, gostei deste início. Os meninos escrevem bem... Mas olha q eu estou com o pessoal, nunca fiquei presa num elevador assim, lol. Só mesmo com a minha mãezinha, há mtos anos atrás!
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