Tocaram à campainha eram 7 horas e 42 minutos. Da manhã. De sábado.
Eu estava acordado, de café tomado, cigarro inalado e fresco que nem um alfacinha. Como os meus anfitriões não davam sinais de vida, decidi-me a ir ver o que se passava.
Há cinco coisas que me fazem estar levantado às 7h 42m de sábado, a saber: Futebol/ Jogos Olímpicos em directo na televisão, ter um avião para apanhar, ir caçar discos, uma mulher (fenómeno vulgarmente designado por “duplamente de pé”) ou, a mais simples das explicações, ainda não ter ido à cama.
Desci as escadas, abri a porta e vi o vizinho de baixo vestido com um roupão cor-de-rosa que saltava a vista não lhe pertencer. A Carteira tentava conter um sorriso divertido enquanto lhe indicava onde assinar o registo. Era gira, ou então sou eu que gosto de mulheres uniformizadas. Trocamos um “good morning” cantarolado e tornei ao meu lar adoptivo.
Se fosse cá, na Lusolândia, tinha-lhe chamado todos os nomes. A ela, à mãe, ao namorado e ao piriquito. Amaldiçoava-a até à medula, até às trompas de Falópio. Desejar-lhe-ia pelos encravados nas virilhas, furúnculos no rabo e verrugas no nariz.
Neste caso, limitei-me a franzir as sobrancelhas e a pensar: “Estes Galeses são loucos!”
2 comments:
às 7 da manhã? Fogo! Mesmo que em Londres, eu chamava-lhe esses nomes... ah, pois é! Não há direito a acordar uma pessoa a essa hora indecente.
bjks
Eu tb lhe chamava todos os nomes. A essa hora e ainda por cima num sábado??
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