Difícil

É difícil ser-se homem na blogosfera. Não sei se é tabu, nunca vi ninguém abordar o assunto de forma sustentada, mas a verdade é há uma assimetria gritante de género que só tem paralelo na indústria de filmes para adultos e no mundo da moda.

Eu sei na pele o que custa ser discriminado só porque não me faço passar por uma gaja boa. Os diminutivos sexistas como “Ervizinho”, o assédio sexual descarado e ininterrupto como se eu fosse um pedaço de couve do cozido, os ares de superioridade a dizerem-me “olha que engraçadinho que ele é, além de ser macho, escreve humor, esse género menor”, os piropos constantes quando vou a passar “Leguminosa és toda jeitosa”, “Ervilha tens cá uma bilha” ou “Vegetal, não leves a mal, mas esse corpinho é divinal”, a exigência de ter de andar sempre a gizar bons posts para conseguir meia dúzia de comentários, ao contrário das galdérias** que por aí andam e a quem basta escrever “parti uma unha” ou “maldita TPM” para terem 700 comentários.

Magoa. Dói. Revolta. Torna-me militante. O povo está com o Er-vi-lhá! O povo está com o Er-vi-lhá!


** É desta que me vou meter em trabalhos. Pelo menos, tenho essa esperança!