O Ervilha não é perfeito, é pecaminoso e já deu a volta ao quarteirão dos sete pecados capitais vezes sem conta. Dos 7 o seu preferido é a preguiça, talvez ex-aequo com a luxúria (Um Ervi não é de ferro!). Embora o Ervilha seja pouco calão no que concerne ao uso da mioleira, quanto toca de dar o corpo ao manifesto o caso muda de figura. “Deixa para amanhã o que podes fazer hoje” e ”Primeiro o prazer, depois o lazer e depois talvez Pedro Abrunhosa outra vez” são os seus lemas. Procrastinador profissional desde tenra idade, não deixa que as pequenas obrigações do quotidiano se atravessem no seu caminho de glória.
Nunca na vida levantou um assento de sanita. Não lhe passa pela cabeça fazer tal coisa e defende que uns pingos de xixi nunca fizeram mal a ninguém pois “o que não mata, engorda”.
Dorme com a t-shirt com que andou durante o dia e depois ainda a recicla para ir ao ginásio. Nos tempos áureos da adolescência porcalhota chegou a dormir completamente vestido, calças de ganga incluídas. Frequentemente, em especial quando está frio, ainda despe e veste a camisola interior, a camisa e o pullover todos juntos e de uma só vez.
Prefere o banho de espuma ao duche porque não é preciso esfregar-se e também porque consegue sempre adormecer no primeiro, mas nunca no segundo. Não se seca depois do banho. Embrulha-se num roupão e/ou numa toalha e senta-se na borda do jacuzzi à espera. No inverno liga o radiador de forma a acelerar este processo.
Não descasca fruta à excepção de bananas mas já foi observado por antropologistas da National Geographic Magazine a abrir um frasco de pêssego em calda à sucapa. É preguiçoso até a mastigar o que já lhe valeu uma úlcera estomacal.
Recusa-se a reciclar porque o Ecoponto mais próximo fica a 54 metros de distância da porta de sua casa. Além disso, os anúncios televisivos do Ecoponto, cheios de crianças, presumivelmente da Linha de Cascais, despertam os seus instintos homicidas.
Contratou duas estudantes universitárias, em part-time, para lhe fazerem o secretariado relativo a este blogue, pois as suas mãos suaves e belas estavam a ressentir-se da violenta tarefa da dactilografia. Tem enorme prazer em ditar-lhes os textos e vê-las corar, em especial quando usa expressões como “cona-mole” ou “conanas”.
Cátia Vanessa não core, a menina já anda na faculdade. Não esta parte já não é para estenografar, o parágrafo acabava em “conanas”. C-O-N-A-N-A-S, Cátia, não é Cú Mamas! Isso, sim “conanas”, quer dizer pessoa mole, sonsa, mosquinha morta,etc.
Deixou de ler e socorre-se dos “Audio Books” para não ficar culturalmente estagnado. Sempre que possível procura as versões em língua original. Descobriu que os autores da Europa de Leste são os melhores para adormecer num instante.
É tão preguiçoso, tão preguiçoso que é incapaz de completar a tarefa das dez entradas a que se propôs no início deste post. Mesmo este parágrafo, o oitavo, é só palha para encher pois já se aborreceu de estar aqui e só pensa em dormir, zappar ou ser o sujeito passivo de uma massagem sueca.
2 comments:
Fico muito feliz de ver que os "meus" leitores são tão, ou mais, preguiçosos quanto eu e não têm energia para comentar este!!!
:-)
Ervi
:)
love, ar
Post a Comment