Day 2 (Part IV)
Chegada a hora H, faltam as mortalhas. Depois de um brainstorming conjunto para nos lembrarmos de como se dizia em Inglês, lá fomos todos até à loja de conveniência. Optamos por abancar à porta de um outro clube nocturno onde, aparentemente, estava a decorrer um festa privada do mundo da moda. Aquela hora e naquele estado, mesmo as gajas de buço farto parecem top models. O álcool é amigo das pessoas feias, funciona ainda melhor que tirar os óculos/ lentes e deveria ser distribuido gratuitamente por questões humanitárias.
Ervi senta-se no chão e tenta começar a derreter a pedra e a enrolar os fumos. A coisa não está fácil. Para além de se queimar várias vezes e largar expletivos ordinários começados por “F” em ambas as línguas, deixa-se enfeitiçar por uma top model que saiu do clube, se aproximou e o olha fixamente feita zombie. Ervi começa a fazer contas de cabeça: se dará para a levar para um canto qualquer, como assegurar o silêncio e a discrição de todas as testemunhas, se os senhores da loja de conveniência ainda terão paciência para o deixar entrar outra vez e comprar “condomínios”...
Às tantas ouve a sua própria voz a dizer: É impressão minha, ou esta gaja é podre de boa? Toda a gente anui que sim. É fantástica, e eu nem gosto de loiras. É linda de morrer, mas não está lá muito bem, pois não? Reggae decide filosofar que é, de facto, uma bomba escultural, mas que de certeza que não tem nada lá em cima, na caixa dos pirolitos.
Nisto surge uma meia leca, com corpo de barril e cabelo à rapazote, que numa postura semi agressiva pergunta num português cristalino: “Quem é que não tem nada lá em cima ?”. Ervi contorce-se no chão a rir e a maior parte dos presentes, a excepção de Reggae que gagueja e tenta emendar a mão, não denota qualquer arrependimento pelos comentários menos próprios.
A meia leca ignora Reggae, dirige-se a MBA e, acto contínuo, convida-a a juntar-se a ela e à namorada (sim, a Sex Bomb!). MBA não dá parte fraca e responde educadamente, como quem diz que horas são, que não está interessada.
Ervi está fora de si, não acredita que MBA tenha recusado a oportunidade de uma vida. Seria a despedida de solteira mais mítica de sempre: um ménage à trois lésbico, catalizado pelas drogas e pelo álcool. Ervi tenta, em vão, convencer MBA a mudar de ideias, explica que ficaria a assistir em silêncio e só por uma questão de amizade e segurança, não fossem as senhoras traficantes de rins humanos. Ervi implora, promete lavar a loiça e levar o lixo. Em desespero de causa, promete que leva MBA a um japonês obscenamente caro para comer sushi. Nada feito.
Desanimado, Ervi conclui que não conseguiria enrolar nem um saco-cama e delega a tarefa a outrém. Com um espírito de sacrifício fora do vulgar acede em ouvir a música composta por Reggae no telemóvel. Passado dois minutos compreende que também não está tão bêbado assim e diz a BA com as FMB: “Bué da fixe! Não queres ouvir um bocadinho?”
Depois da inépcia generalizada, e quase como por magia, o charro lá aparece feito, um pouco mal enjorcado e com uma biodiversidade de saliva digna de figurar no Guinness Book of World Records. Um X número de pessoas não identificadas fuma-o com deleite. E cheira mesmo bem, cheira a noite memorável.
(continua)
3 comments:
coitada da MBA... ainda se fosse um menage so com a bomba escultural! agora com a meia leca embarrilada... nem que lhe pagasses a renda de casa 3 meses lol
exactamente!
por mim Pea estou contigo, se em casa já o fasso até me oferecia a faze-lo por ti, só no fim de contas para zelar pelos interesses da MBA, esses traficantes de orgãos humanos!?!?...
Post a Comment