Friday, December 21, 2007

Nostalgia Natalícia II - Pinheiros

Pode não parecer, mas este mamarracho tem um metro e oitenta centímetros de altura. O melhor mesmo é deixar-vos com o "press release" oficial: 6ft (1.8m) high contemporary Christmas Tree. This stunning tree in matt blue is so easy to put up - only takes 2 minutes and extremely compact to store ready for use the following year. From £24.00 (Twin Pack £45.00)


Tenho saudades das Árvores de Natal verdadeiras. Sim, pinheiros das pinhas, pinheiros da caruma, pinheiros dos pinhais, mansos, bravos e domesticados, daqueles que fazem fotossíntese, respiração e outras coisas complexas antes de serem cortados à machadada. Legal ou ilegalmente. Não me interessa.

Já pensaram quão ridículas são as árvores de natal artificiais? Sinceramente, é pior que usar adoçante no café, unhas de gel nos pés, por botox nos lábios vaginais ou ser do Clube de Futebol “Os Belenenses”.

São um atentado ao decoro e ao bom gosto, de uma falsidade conspícua, de um raquitismo inquietante, meras aberrações mutantes a piscar na sala de estar.

Apareceram, como tantas outras coisas, sob o falso pretexto de contribuir para um mundo melhor e penetraram tanto nos nossos costumes que agora para as erradicar seria necessário uma cirurgia deveras melindrosa.

São um sucesso comercial e social por três razões: dinheiro, preguiça e hipocrisia. Todas, portanto, motivações poderosas no mundo contemporâneo.

É muito mais barato comprar artificial e usar durante 20 anos, do que ter de adquirir uma verdadeira todos os Dezembros.

Uma verdadeira dá muito trabalho e requer amor e dedicação à causa: comprá-la, transportá-la, carregá-la até ao 6º andar pelas escadas pois não cabe no elevador, limpar os detritos e, no final, fazer o percurso inverso para nos livrarmos dela.

Por fim, a alegria contagiante de podermos ser politicamente correctos e de dizer aos nossos pares, vizinhos ou à senhora que encontramos regularmente na padaria: sou ecologista, protejo o meio ambiente, eu preocupo-me, eu faço a minha parte! (Ou como diria um português “mediano”: Prontos, nem gosto muito de pretos, nem de ciganos, nem de maricas, tirando o conde a quem acho piada, mas com os pinheiros preocupo-me eu!)

Ora bolas (de Natal) para isto! Posso até estar sozinho nas minhas opiniões, mas hei-de continuar a mijar contra o vento...

6 comments:

Anonymous said...

eu acho mal, acima de tudo, é a aberração de cor. árvore de natal que se preze, é verdinha! depois podem pôr-lhe as bolas e sinos e fitas das cores que quiseres, mas a árvore tem de ser verde! ou quando muito, salpicada de branco, para dar um ar nórdico à coisa. mas agora azul? deve estar cheia de míldio ou coisa que o valha!

Poisoned Apple said...

Andas mal-disposto como o raio... Fujam, fujam!

Então? Que pasó? :P

secret_woman said...

Gosto muito do que tu escreves mas neste post sou obrigada a discordar de ti!

entao o que é ser mais consumista? guardar uma arvore 20 anos ou todos anos comprar uma nova?

nao acho que nem mesmo quem compra um pinheiro verdadeiro lhe de realmente amor e dedicaçao. Limitam-se a arranca-la ( quando nao as compram ja preparadas para levar)sendo muito mais consumistas do que as outras pessoas, enfia-la dentro de casa enfeita-la a gosto e em janeiro espeta-la no lixo porque ja nao tem utilidade, e no ano seguinte fazem o mesmo processo.

Acho muito mais hipocrita quem diga que o pinheiro verdadeiro é que é tradicional e vamos arrancar tudo o que é pinheiro do que simplesmente quem à sua maneira faz o seu Natal de forma mais artificial como lhes chamas.

A mim faz me mt mais confusao os pinheiros secos empilhados ao lado do caixote do Lixo do que a arvorzinha guardada dentro da caixinha para o proximo ano. mas sim tlv seja mesmo a consumista hipocrita cheia de preguiça!

beijocas

Isabel Da Rocha said...

Mijar contra o vento deve ter a sua graça!!!

Margaret said...

lol adorei o botox nos lábios vaginais... si senhora

Anonymous said...

Este ano comprei uma verdadeira, mas tão verdadeira tão verdadeira que até tem raíz e está ali toda contente ao pé do aquecedor a perder a caruma. Faz fotossintese de dia e respira de noite "comme il faut". Quando o natal acabar vamos levá-la a casa!