Sabemos Que Está Tudo Desgraçado Quando Começamos A Sonhar Com Outros Bloggers

Principalmente estando elas de gola alta e completamente vestidas. Acham isto normal? Não ando nada bem.

Foi assim: a Kitty Fane, que por motivos que a razão desconhece e só possíveis em delírios oníricos, vivia no Gerês e convocou os BOBA (Bad, Alf e yours truly) para ir investigar um misterioso fenómeno electrostático que ocorria num remoto caminho florestal. Juro que foi tudo muito decente e acima da cintura e que não estou a reter informação. Parecia mais um documentário do National Geographic do que um sonho meu.

Viajámos de comboio e a Kitty foi esperar-nos à estação, levando-nos de seguida por entre as ruínas de uma aldeia deserta (onde fez de guia turística) em direcção ao nosso objectivo. Lá chegados deparámo-nos com uma visão dantesca. A vegetação era tão densa que parecia um túnel feito pelo homem e os flashes de luz, resultantes dos relâmpagos que se multiplicavam no interior, não deixavam margem para dúvida: aquilo ia ser uma coisa para homens de barba rija!

A Kitty “Attenborough” Fane, líder inquestionável da expedição, deu as últimas indicações: “Quem tiver um telemóvel da Optimus (!!!!) está muito mais sujeito a ser atingido. Boa sorte”. Eles os três, com as suas mochilas do Coronel Tapioca (!!!) a condizer e botas de montanhismo todas pipis, entram pelo túnel adentro como se nada fosse, enquanto eu borrado de medo, digo ligeiramente apreensivo, fico cá fora de braço levantado a tentar explicar que sou da Optimus. Enquanto vou fazendo contas à vida e pensando que este pessoal do Norte é mais louco que os gauleses, aproveito para fumar um cigarro. Quando, finalmente, decido que sou uma Ervilha e não um rato e que a vergonha de toda a blogosfera vir a saber da minha cobardia é fardo demasiado para suportar em vida, lá dou um passo em frente e, claro, levo com um raio logo em cheio na tromba que é para aprender.

Acordo no Hospital de Famalicão, meio tostado, meio amnésico, mas vivinho da Silva. A Blackstar, a Jo@ninh@ e a Susana, todas imaculadas nos seus uniformes brancos e crocs hospitalares, fazem turnos de oito horas para tomar conta de mim. São incansáveis, dão-me a comida à boca, morfina à vontade do freguês e estão constantemente a limpar-me o suor da testa com uns paninhos frescos e subtilmente perfumados. Não posso dizer que esta parte do sonho tenha sido desagradável de todo.

Desperto com um sorriso nos lábios, mas pelo sim, pelo não, hoje ainda nem liguei o telemóvel...