Deambulava deliciado pelas ruas de Soho, de cabelos ao vento, sacola dos discos a tiracolo e a absorver como uma esponja os sons, os cheiros e as pessoas, quando fui interpelado por uma senhora magra e desenxabida que se debatia de forma óbvia com problemas de toxicodependência.
Pediu-me um cigarro. Sorri amareladamente e dei-lhe um SG lights. Perguntou-me se queria sexo. Eu querer, querer, queria. Quem não quer? Sou um rapaz na plenitude técnico-táctica e além disso toda a gente sabe que “what happens in Soho, stays in Soho”.
Indagou se eu queria raparigas, jovens, bonitas, modelos. Repetia a palavra “modelos” muitas vezes. Não restavam dúvidas, era uma proxeneta encartada, uma angariadora de pirilau profissional. Fico sempre feliz quando vejo o mundo andar para a frente, e em especial, quando constato que são dadas às mulheres as mesmas oportunidades que aos homens.
No entretanto, como não lhe respondi, a PIMPinha começou a questionar se eu queria rapazes, jovens, musculados, atletas. Insistia muita vezes nos “atletas”. Depois disse qualquer coisa que eu não percebi bem, soou-me a “ pendurado num cavalo”. Encolhi os ombros, abanei a cabeça e arrepiei caminho.
Pensei que qualquer outro macho lusitano teria ficado muito perturbado com a oferta de rapazes. Mesmo quando isso é o prato do dia na lusolândia, é daquelas coisas das quais não se fala em voz alta, não é de bom tom.
Eu cá resolvi o assunto pensando que tinha uma aparência cosmopolita e liberal, de cidadão do mundo e de homem do seu tempo. Ervilha, International Man of Mystery.
Perdido nos meus pensamentos, fui logo achado umas jardas mais adiante por um negro alto e de cabelo rapado que me abordou de forma extremamente educada, inclusive, chamando-me de “Sir”. Ora, ninguém me chama “Sir” em Portugal; “Sou Dôtor” às vezes, “Sr. Ervilha” com frequência, “Ervi” a família, e uma ou outra amiga que já me viram nú por “Erviluska” (que eu detesto pois dá ideia que sou um produto do pós 25 de abril ou, pior ainda, que fui concebido durante o PREC).
Gostava de estar com umas raparigas, Sir? Bem, para dizer a verdade, eu gostar, gostar, gostava. Quem não gostava? Sou um tipo na plena posse das suas capacidades hidráulicas e além do mais todo o mundo sabe que “what happens inside the girls, stays in the condoms”.
Armado em carapau de corrida perguntei-lhe quantas tinha. Tantas quanto o seu orçamento permitir, Sir, respondeu calmamente. Tenho para todos os gostos: loiras, morenas, asiáticas e até uma africana com 5 pés que é uma grande sucesso. Enquanto me afastava a sorrir, cogitei se seriam 5 pés de largura. Fico sempre contente quando sinto a humanidade a progredir, e em particular, quando as mulheres XL tem as mesmas chances que as mulheres xs.
Inebriado por tanta experiência nova fiquei, quase de imediato, sóbrio outra vez no momento em que, um quinto de milha mais à frente, uma mulher muito atraente me pediu lume. Mal acedi, ela chegou-se a mim e envolveu a minha mão nas dela como se fizesse muito vento. Mesmo depois de ter o cigarro aceso continuou colada a mim. Conseguia sentir as suas glândulas empinadas, prenhes de orgulho britânico, a pressionarem-me o peito. Não posso dizer que tenha sido desagradável.
Pediu-me um cigarro. Sorri amareladamente e dei-lhe um SG lights. Perguntou-me se queria sexo. Eu querer, querer, queria. Quem não quer? Sou um rapaz na plenitude técnico-táctica e além disso toda a gente sabe que “what happens in Soho, stays in Soho”.
Indagou se eu queria raparigas, jovens, bonitas, modelos. Repetia a palavra “modelos” muitas vezes. Não restavam dúvidas, era uma proxeneta encartada, uma angariadora de pirilau profissional. Fico sempre feliz quando vejo o mundo andar para a frente, e em especial, quando constato que são dadas às mulheres as mesmas oportunidades que aos homens.
No entretanto, como não lhe respondi, a PIMPinha começou a questionar se eu queria rapazes, jovens, musculados, atletas. Insistia muita vezes nos “atletas”. Depois disse qualquer coisa que eu não percebi bem, soou-me a “ pendurado num cavalo”. Encolhi os ombros, abanei a cabeça e arrepiei caminho.
Pensei que qualquer outro macho lusitano teria ficado muito perturbado com a oferta de rapazes. Mesmo quando isso é o prato do dia na lusolândia, é daquelas coisas das quais não se fala em voz alta, não é de bom tom.
Eu cá resolvi o assunto pensando que tinha uma aparência cosmopolita e liberal, de cidadão do mundo e de homem do seu tempo. Ervilha, International Man of Mystery.
Perdido nos meus pensamentos, fui logo achado umas jardas mais adiante por um negro alto e de cabelo rapado que me abordou de forma extremamente educada, inclusive, chamando-me de “Sir”. Ora, ninguém me chama “Sir” em Portugal; “Sou Dôtor” às vezes, “Sr. Ervilha” com frequência, “Ervi” a família, e uma ou outra amiga que já me viram nú por “Erviluska” (que eu detesto pois dá ideia que sou um produto do pós 25 de abril ou, pior ainda, que fui concebido durante o PREC).
Gostava de estar com umas raparigas, Sir? Bem, para dizer a verdade, eu gostar, gostar, gostava. Quem não gostava? Sou um tipo na plena posse das suas capacidades hidráulicas e além do mais todo o mundo sabe que “what happens inside the girls, stays in the condoms”.
Armado em carapau de corrida perguntei-lhe quantas tinha. Tantas quanto o seu orçamento permitir, Sir, respondeu calmamente. Tenho para todos os gostos: loiras, morenas, asiáticas e até uma africana com 5 pés que é uma grande sucesso. Enquanto me afastava a sorrir, cogitei se seriam 5 pés de largura. Fico sempre contente quando sinto a humanidade a progredir, e em particular, quando as mulheres XL tem as mesmas chances que as mulheres xs.
Inebriado por tanta experiência nova fiquei, quase de imediato, sóbrio outra vez no momento em que, um quinto de milha mais à frente, uma mulher muito atraente me pediu lume. Mal acedi, ela chegou-se a mim e envolveu a minha mão nas dela como se fizesse muito vento. Mesmo depois de ter o cigarro aceso continuou colada a mim. Conseguia sentir as suas glândulas empinadas, prenhes de orgulho britânico, a pressionarem-me o peito. Não posso dizer que tenha sido desagradável.
Desejas entrar? Questionou olhando na direcção da porta de um estabelecimento de entretenimento para adultos. Bom, eu desejar, desejar, até desejava. Quem não desejava? Sou um homem de carne e osso e, ultimamente, até nem tenho delapidado a minha quota pecatória, o único problema é que todas as pessoas sabem que “what happens in Soho gets posted on this blog”.
2 comments:
Eu também gostava de passear pelas ruas do Soho... Bom, pelo menos este ano ainda vou passear pelas ruas de Covent Garden... Já não é mau!
Gostei do que li. Continua.
(Tomei a liberdade de te adicionar como link no meu blog.)
Cara GK,
Obrigada pelo incentivo. Covent Garden não é mau mas tem demasiados turistas e fico sempre com aquela sensação de estar num parque temático, tipo Disneyland.
Keep the Faith,
Pea
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