Tuesday, July 31, 2007

O Ginásio VII – A Ceifeira Polaca


Tudo corria sobre rodas. Muitas das pessoas fitavam-me com um misto de curiosidade e apreensão devido aos eventos sensacionais das pretéritas semanas e houve uma vez em que uma mãe tentou, em vão, impedir que o filho desdentado apontasse na minha direcção e gritasse “Ervilha Malvina”, mas, de forma geral, sentia-me bem integrado no Hormone Club.

Sim, já tinha chegado a uma conclusão definitiva sobre o que é que aquilo, na realidade, era: um local de eleição para o engate. É que mais parecia uma convenção agrícola tal era o número de ceifeiras debulhadoras a operar continuamente. Homens e mulheres, com especial destaque para os personal trainers masculinos. A falta de subtileza da coisa bradava aos céus, mas ninguém se parecia incomodar com isso.

Não querendo fazer o papel de virgem ofendida, pois eu bem sei o que me motivou a inscrever-me no ginásio e não foi, de todo, para fazer pesquisa académica para a minha monografia em ervilhologia antropológica que ando a escrever há anos a fio, mas tem de haver limites para tudo. Ora bolas, eu sou o cliente, estou a pagar um serviço (bem, neste caso, nem por isso, mas tive despesas legais) e exijo que os monitores “musco-lentos” não sejam meus competidores. É uma injustiça e uma falta de ética imperdoável da parte deles.

Além disso, há dias em que tenho prazer genuíno no exercício físico. Mente sã em corpo são dava um belo “refrã” para uma linda canção. Não passo cem por cento do meu tempo a pensar em “forniquiquices”. Até descobri as Endorfinas, essas “gandas” malucas, que me ajudaram, e de que maneira, a reduzir a medicação farmacológica.

*****

Já diz o provérbio que “Se a Mamífera está ausente, foca-te na Passarinha presente”. E todos sabemos que a melhor maneira de afogar mágoas é arranjar alguém para as afagar por nós. Como tal vou-me pôr a jeito e ver o que acontece. E lembrar-me a tempo de não largar, nem bombas atómicas, nem sequer granadas de explosivos tradicionais. Ervilha, the Nobel Peace Prize Winner.

Para aperitivo há uma míuda que eu baptizei de Martina Bianca que me parece muito promissora. Martina, pois apresenta algumas semelhanças de cara com a tenista Martina Hingis e Bianca porque tem uma pele muito clarinha com penugem aloirada, que eu estou ansioso por tocar, mesmo que seja só de raspão. A um metro de distância parece-me muito macia, bem-cheirosa e acolhedora. Tanto a pele como a dona.

Martina está sempre a vir para a passadeira ou para a máquina elíptica ao lado da minha, mesmo quando todas as outras estão vagas. Tem um ar de camponesa polaca delicioso e umas bochechas rosa que conseguem, devido ao esforço físico intenso, ficar absolutamente ruborizadas e com um aspecto pós-coital de se perder a cabeça, em que só apetece dar beijinhos e lambidelas. Tem maminha pequena e rabito avantajado, uma silhueta que mais parece do Brasil do que da Europa de Leste. Já a apanhei várias vezes a controlar-me através do reflexo dos espelhos e dos vidros e apesar de nunca termos trocado uma palavra, passamos a vida a sorrir um para o outro feitos parvos.

A única coisa que me desagradou nela, até agora, é o facto de estar sempre de telemóvel na mão a teclar furiosamente. Ora, como é do conhecimento geral, as mulheres são capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas devia haver um número máximo previamente estipulado. Entre andar na passadeira, limpar o suor da parte de trás do pescoço (gosto muito dessa parte), ouvir o i-pod, olhar para o flatscreen onde passa a Júlia Pinheiro ou a Rita Ferro Rodrigues, dactilografar no telemóvel 300 caracteres por minuto e deitar-me o olho discretamente todos os 30 segundos, algo de desastroso irá eventualmente acontecer. O que vale é que eu estarei lá para a agarrar. Ervilha, the Knight in Shinning Armour.

Monday, July 30, 2007

O Ervilha e as Cenouras



Créditos na animação

Análise à Urina - Resultados


Eu sempre me interessei sobre diversos assuntos do foro privado, em especial em matéria de costumes, higiene intíma, pequenos hábitos sexuais, vícios herdados ou adquiridos, e da forma como diferiam enormemente de pessoa para pessoa. É o tipo de coisa que se discute com os amigos mais próximos quando se tem entre 20 e 65 anos, mas a amostra é sempre insuficiente para se retirarem conclusões válidas.

Infelizmente, o Instituto Nacional de Estatística nunca acedeu responder às minhas insistentes solicitações em tornar os censos muito mais apelativos com a introdução de um questionário de resposta opcional sobre tão intrigantes dúvidas sociológicas.

É evidente que a função primária destas micro-sondagens semanais é fazer sorrir. Tudo o resto é acessório. De qualquer modo quando (se?) o número de votantes subir pode ser que haja surpresas.

Devo referir que para grande desgosto meu não tenho possibilidade de ver quem é que vota o quê. Já falei com vários informáticos e não dá mesmo. Por outras palavras, o voto é mesmo secreto pelo que não tenham problemas em participar livremente.

Houve muitos aspectos positivos neste primeiro questionário semanal do Ervilhas Albinas. A abstenção apesar de elevada não atingiu níveis autárquicos, em especial se tivermos em conta o período de férias e o facto de o Ervilhas ser ainda recém-nascido.

A grande conclusão a tirar é que urinar no duche é um acto, practicamente, universal e já passou pela cabeça de toda a gente à excepção da pessoa que votou “Ai que nojo, Ervilha” (6%). Estas pessoas são as piores pois quando descobrem os prazeres da vida passam do 8 ao 80 num abrir e piscar de olhos e, subsequentemente, levam uma vida de devassidão inqualificável.

“Não percebo a pergunta”(12%) foi a opção das pessoas que acharam piada ao questionário mas que estavam preocupados com a confidencialidade dos dados. Se estavam preocupados é porque também são da equipa dos urinadores de trazer por casa (de banho).

Os que optaram pela opção “Qual duche?”(18%) são homens com a idade mental de crianças pré-escolares que acham que dizerem que não tomam banho é engraçado. Eu não me estou a rir. Provavelmente são os mais betos, asseadinhos e suficientemente metro-gay para limparem a pilinha com papel higiénico.

Os “Muito Raramente (Mas Não Digas a Ninguém)”(31%) são os que o fazem pelo menos uma vez por semana. São na sua maioria mulheres, que de forma quase involuntária ao ouvirem/ sentirem a água a correr contraem a bexiga e cá vai disto.

Quem escolheu “Não é xixi, é chichi”(31%), urina no duche com regularidade, mas tem sentimentos de culpa em relação ao assunto, pelo que decide ser picuinhas com tudo o resto, incluindo com questões menores de linguagem.
Xixi é um substantivo masculino, sinónimo de urina e chichi. É correcto ser escrito desta forma, apesar de infantilóide. É o mesmo que dizerem à vossa namorada de dois dias “Senta aqui no colo do papá” que também é, tecnicamente, correcto mas extraordinariamente “creepy”.

Depois há ainda a considerar uma das pessoas que votou e que comprovadamente já urinou num lavatório. Mas isso é só para quem pode, não para quem quer. É preciso ser muito macho, um animal de primeira, um Galo de capoeira. (Por falar nisto, nunca nos chegaste a contar se na manhã seguinte lavaste lá a cara e os dentes...)

Conclusão final: Mijinha no duche sim, mas com moderação, tento na uretra e circunspecção.

PS: Se alguém reparou que a soma dá 98% em vez de 100%, os meus parabéns, é que além de não serem de letras, são ainda mais coca-bichinhos do que os que votaram no chichi/xixi.

Sunday, July 29, 2007

Top Ten - Coisas Hilariantes Das Quais Não Nos Devemos Rir


  • Lesões genitais provocadas por piercings
  • Pessoas com blogues em geral, e as que têm publicidade nos mesmos, em particular
  • Pessoas que dizem “então, vá” quando vos querem despachar
  • Os Graves Problemas de Flatulência do Jorge Nuno
  • Pessoas que votaram “não” no referendo do aborto
  • Pessoas que ouvem os Tindersticks, Arcade Fire, Radiohead e QOTSA
  • Pessoas com menos de 35 anos que fumam cachimbo
  • Figuras Públicas de Capachinho
  • Pessoas que nos batem à porta a oferecer a Salvação
  • Bombistas suicidas que explodem sozinhos
  • Pessoas que, de forma voluntária, estão nas mesas eleitorais
  • Pessoas adultas que lêem el Señor dos Anilos e o Harry Potter
  • O pacto secreto entre Savimbi e Saddam (acordo Iraque-Unita)
  • Pessoas que dizem “castrol” em vez de colesterol
  • Pessoas que deixam comentários anónimos nos seus próprios blogs
  • O Emplastro Original
  • Pessoas que vêem David Lynch, Martin Scorsese e Tim Burton
  • Pessoas que vão para zonas de conflito servir de “escudos humanos” não remunerados
  • A Imaculada Concepção
  • Pessoas que usam a roupa interior do lado de fora
  • As prioridades das pessoas na actualidade
  • Pessoas que pensam que “sarapitola” é um marisco
  • Peregrinos que vão agradecer pelas suas vidas fatalmente atingidos por Ford Transits e Toyata Hiaces

Saturday, July 28, 2007

À Venda Nas Melhores Estações de Serviço


Autor: Débora Fontana
Colecção: Grandes Vultos da Blogosfera
Editora: Albino & Alvim
Ano de Edição: 2007
Encadernação: Brochado
Formato: Bolso, 172 páginas
ISBN-20: 122-39807168629839271

O Ervilha e a Formiga


Animação de Chillis Little Pea

Friday, July 27, 2007

Hoje Só Descongelei Assim


E com a ajuda preciosa da minha nova máquina de café. Infelizmente não estava a funcionar nas melhores condições pelo que tive substituir peças e depois foi só seguir os conselhos da doce Maria.

Enquanto bebericava sonolentamente pensei em fazer uma viagem romântica a Veneza, ou talvez ao estado do Indiana, no final acabei por optar por ir à Flórida. Eu gosto muito de lá ir, tem muitos painéis solares, praias maravilhosas, cinemas, e uma vez até por lá encontrei a Frau Köneke que foi Playmate em 1978.

Depois do prazer, tive de passar pelo Canadá em trabalho, por causa da minha empresa de software, por falar nisso, ninguèm quer ser meu sócio?

Thursday, July 26, 2007

O Contra Cultura e os outros dois Marmanjos


Convidei-me para um blog de amigo(s) de cariz bastante diferente do deste, pelo menos até eu começar a escrever para lá.

O Contra Cultura (CC) tem uma longa história que remonta ao embrionário “Correio de Bruxelas”(CB) de 1990. Foi criado pelo BT, emigrante certificado de mala de cartão e tudo, para responder à pertinente questão de como comunicar com os amigos num mundo pré-internet sem ter de manuscrever a mesma carta vezes sem conta. Ou numa só palavra: por-preguiça!

Talvez um dia relate toda a odisseia do CC, a versão ervilha, também conhecida como: a verdade dos factos, sem tirar nem pôr, mesmo que faça calor e me cause algum ardor.

Posso adiantar-vos que logo no verão de 1991, ainda a coisa não tinha três pernas para andar, e já eu estava a ser despedido pelo director, que no editorial escreveu:”Termino com uma nota amarga, para referir a exclusão do Sr. Ervilha Albina da Silva Mendel* da lista dos nossos colaboradores. A realidade é que ele não é digno das mais pequena honra”.

Como sabem, a vingança serve-se fria, e eu estou há 16 anos a arrefecer. Agora que tenho livre acesso ao blog da sua autoria é que vai ser gorda a folia, um desvario como há muito não se via. Carte blanche, nada mau, p’rá Revanche, aqui do carapau.

Em abono da verdade, até fiquei feliz, pois nunca fui muito íntimo de tamanhas responsabilidades não remuneradas e, por linhas tortas, tinha acabado de aparecer no meu primeiro editorial, um bom prenúncio para uma vida que não seria uma mera de nota de rodapé. De referir que na época a tiragem do CB rondava os 7 exemplares (fotocopiados).

*****

Sou dos que acreditam que até se pode renunciar a família biológica mas que não se escolhem os amigos. Eles acontecem e a partir de certa idade nem vale a pena pensar mais no assunto. Afinal: “The most important thing in life is to show up”. Mesmo que, como no caso do LR, se chegue sempre atrasado.

Temos muito em comum: pessoas, o espaço e o tempo da Benfica contemporânea, os interesses culturais e pseudo-culturais habituais, como filmes, discos, livros, jogos de computador, drag queens e karting, com destaque especial para o fascínio partilhado que nutrimos por vocalistas de orientação sexual duvidosa. Poder-se-ia dizer que é a androginia que nos une.

Para além disto, não podíamos ser mais diferentes. Desde os tempos imemoriais em que éramos torcedores de pepinos.

Enquanto eles liam Tolkien e tinham sonhos húmidos com pés de Hobbits, eu tinha experiências a cores e ao vivo nas mãos das minhas namoradas, enquanto eles liam banda desenhada Franco-Belga, eu lia a Gina, a Playboy e, em meses de sorte, a Penthouse, enquanto eles jogavam aventuras no computador, eu jogava à bola na rua, enquanto eles ouviam música independente sózinhos fechados num quarto escuro, eu dançava a pop no lusco fusco da discoteca com as minhas amigas adolescentes.

A falta de fêmeas era tão gritante que chegou ao cúmulo de eles, armados em cromos difícieis e com tempo a sobrar, terem programado um jogo de estratégia, uma simulação da indústria cinematográfica, para o Spectrum chamado “Welcome to Hollywood”. Para ser justo, admito que eles chegaram a ter uma oferta de uma software house inglesa pelos direitos de publicação do jogo, que era bem engraçado. Sim, porque adivinhem lá quem foi o beta tester oficial? (e de borla!)

Tudo isto para vos pedir para darem o benefício da dúvida aos Marmanjos. Eu sei que a blogosfera está cheia de bons rapazes mas estes tiveram mesmo vidas difíceis. Como já perceberam, um viveu na Bélgica durante dois anos e o outro frequentou a Escola Preparatória Quinta de Marrocos durante dois anos. Nunca mais foram os mesmos.

PS: o termo marmanjo é-lhes aplicado no sentido de “rapazes corpulentos”/ “homens feitos” porque para “patife e mariola” estou aqui eu, o terceiro mosqueteiro.

PS2: A imagem que ilustra este post é a capa do primeiro CC versão carbono. É conhecida como a capa "da Igreja Maná" e foi desenhada por uma rapariga cujo nome agora me escapa, mas cujo pai tinha uma fábrica de ténis em Goa.

*na altura ainda não me tinha convertido ao Ervilhismo, nem tinha lido o Al Pantagruel, pelo que era conhecido por outro nome. Para não baralhar os leitores optei por usar o nome actual. E não, não era Gato Esteves (Cat Stevens)

II Top Medidas Prementes Para Ajudar Portugal (Über Simplex)


Fim da TVI. Extradição de todos os que lá trabalham/trabalharam, participaram em reality shows, novelas, concursos, etc., para Guantanamo em Cuba. Condená-los a penas de trabalhos forçados a cultivar morangos e cana de açucar.


Transferir o centro de detenção e reeducação de Guantanamo para as Berlengas com a mais que óbvia excepção do pessoal da TVI que entretanto já lá teria ido parar em voos secretos da CIA. Mudar o fardamento prisional de laranja para um zebrado verde/vermelho republicano.

Cobrar aos americanos os olhos da cara por este gigantesco favor de aliado do coração. Eu diria dez vezes o valor do aluguer da Base das Lajes. Parece-me bem.

À meia dúzia de biólogos, maluquinhos da natureza e indivíduos gaivotofílicos que se pusessem a levantar cabelo, incluindo os que por lá perderam a virgindade durante as visitas de estudo da FCL, seriam, de imediato, “convidados” a vestir o equipamento verde-rubro.

Ensinar aos agentes de ligação norte-americanos (liasion officers) a pronunciar “Peniche” correctamente para que não se metessem em sarilhos. Explicar-lhes que Portugal é um país tão avançado que as Berlengas foram a primeira área protegida do Mundo, por decreto real de D.Afonso V, que em 1465 proíbiu todas as modalidades de caça na região.


Interditar a venda de árvores de Natal artificiais. Eu sei que ainda é cedo, mas já começo a ficar nervoso pois conheço pessoas que já começaram a fazer as compras de Natal. Se pensam que isto é um blog maioritariamente do “copo meio cheio”, lá para Novembro, Deus nos dê saúde, vão ter uma grande surpresa. É que ao contrário das senhoras, a minha TPM é anual e chega sempre, sempre certinha, nunca atraso nem um dia.


Acabar com o tratamento por “você”, que é feio, pedante, afectado e implica discriminações de toda a ordem.

Se a Nelly Furtado que nem é bem portuguesa pode tratar o Presidente da República em exercício por “tu”, porque é que nós que o elegemos, que pagamos impostos, que comemos pastéis de Belém e que visitamos a Casa Berardo mesmo ali ao lado, não podemos?

Os anglófonos fazem-no, os Espanhóis também, e nós, onde ficamos? É por isso que faço minhas as palavras sábias de Jorge Palma “Ai, Portugal, Portugal, de que é que tu estás à espera?”

A única excepção aceitável, que eu antevejo, é quando durante o sexo verbal do jogos eróticos renascentistas se voltam para a vossa amada e dizem “Vós gostardes de dedilhar meu vergalho, Condessa?”. Vocês tem de experimentar! Em especial, você que fez esse ar escandalizado...


E já agora, multas para quem dá só um beijo. Mas que raio de invenção!?!? Será porque as caras de botox se desfazem com movimento e contacto a mais? Só pode...


Apertar o controlo de IRS/Segurança Social a profissionais liberais como arrumadores, prostitutas(os), médicos, advogados, mendigos, Elder(s), distribuidores de trash mail, vendedores de rosas e bugigangas que me interrompam as refeições, senhores que “ajudam” os analfabetos/ idosos a requerer o BI, senhores que vendem o lugar na fila para as consultas nos centros de saúde e para as inscrições nas escolas finas, e os restantes médicos e advogados que pensavam ter escapado umas linhas acima.


Proibir a depilação das partes intímas. Passaríamos a ser internacionalmente conhecidos como os “Taliban Geni(t)ais”. Apareceríamos na CNN todo o santo dia e, com muita sorte, seríamos invadidos pelos neo-conservadores neo-cristãos renascidos norte-americanos.

Podíamos aproveitar, no fervor revolucionário da coisa, para demolir o Cristo-Rei e, já agora, para acrescentarmos umas licenciaturas, feitas na secretaria, ao nosso currículo.

Viveríamos a segunda época de ouro da nossa história e poderíamos, cinco séculos depois, deixar de massacrar as nossas crianças com a Saga/Chaga dos Descobrimentos. (Nota do Redactor: Che forem de Biseu, Saga e Chaga são exactamente a mesma coisa pelo que a dualidade antagónica se perde. Lamento. A Chério)

Fundação da PIDEP (Polícia Internacional D’inspEcção do Pintelho). Eu não me importava de fazer um part-time, uma perninha ocasional, e coordenar a secção de universitárias, top-model(a)s e instrutoras de aeróbica.


Manter a Portela na Portela. Arrasar com Camarate, Fetais, Charneca, Ameixoeira, Galinheiras, Prior Velho, Apelação e Catujal de forma a arranjar espaço suficiente para as ampliações necessárias. Prestar especial atenção à demolição da Musgueira, incluindo a sua orla sul, a que os residentes se referem como Quinta do Lambert(e), Parque Europa e Alta de Lisboa.

Realojar a população no interior do país, cruzando-a com os australianos de forma a melhorar o nosso pool genético e/ou oferecer-lhes emprego como guardas prisionais nas Berlengas ou como baggage handlers na nova “Porteláxia XXI”. Afinal de contas ninguém consegue fazer pior do que os caramelos que já lá estão.

E, claro está, ideia brilhante de ervilha, eureka cueca panqueca, fazer o único verdadeiro sistema de metropolitano do país chegar ao aeroporto. Mas como é que ninguém pensou nisto? Será que os 273 metros que separam a estação do Campo Grande do aeroporto estão minados? Vivem lá espécies de lagartos protegidas? Há uma segunda Via Ápia catalogada pelo IPPAR por debaixo da segunda circular? Ou talvez umas caganitas de dinossauro fossilizadas? Ou, já sei, não me digam, as obras iriam incomodar os excelsos senhores taxistas das chegadas? Só pode...


Reavivar o conceito de Circo Romano num estilo mais suave, mas mesmo assim razoavelmente estropiante (neo ervi) e diferente da encenação microcéfala do wrestling.

Utilizar os membros das claques de futebol como gladiadores remunerados que, lá está, descontariam para o IRS/SS mas que, ao contrário das forças paramilitares, teriam direito a sindicalizarem-se e a fazer greve. E, até mesmo, a gritarem palavras de ordem como “Só eu sei porque não gladíolo em casa”, “Gladiador, Gladiador, Glorioooooso Gladiador” e o clássico “A luta continua, governo para a rua”.

Vender os direitos de transmissão à TVY que, no entretanto, já teria ocupado o lugar da extinta TVI. Ah, pois é! Isto são medidas a sério, não são utopias de ervilha. Eu também sei que nada se cria, nada se perde, tudo se transforma...e que a caca vem sempre ao de cima (aliás, basta pensar nos dinossauros da segunda circular!!!).

Wednesday, July 25, 2007

Ontem o Dia Foi Assim



E ao contrário do que, à primeira vista, possam pensar, eu não sou o ginasta. Sou o senhor da manutenção com a minha caixa de ferramentas verde ervilha...

Por favor não tentem fazer isto em casa. Esta micro-metragem foi realizada por ginastas profissionais, pioneiros dos Trampolins em Portugal, veteranos da arte de saber cair com dignidade e com os discos intervertebrais intactos.

Como diria o nosso treinador na altura: "Isso não foi um salto, foi um susto!"

III Top Dúvidas Pertinentes Regularmente Formuladas


Por favor, por favor, por favor publica uma fotografia real tua. Eu carrego-te 10 euros no telemóvel e dou-te muitos beijinhos (Míuda giraça, jovem, rijinha, devidamente identificada)

Sendo assim, olha para cima e vê a foto que ilustra este post. Eu sou o que está só com duas patas no chão. O outro é o ervilha canina, meu companheiro de aventuras e traquinices.

Estou a mostrar-lhe um tampão (por usar, não sejam assim) e a tentar explicar a dinâmica da coisa. Lembro-me, como se fosse hoje, do canina me dizer “Ó Ervi, isso não era mais fácil se tivesse um aplicador para inserir e um cordelito para tirar?”. Canina, o visionário!

PS: Antes que algum(a) espertinho(a) diga que eu estou de ténis pretos, eu esclareço que são sapatos desportivos azuis escuros da saudosa Godiva com as devidas riscas brancas paralelas à Blur/Oasis pois o ervilha quando era (mais) novo era muito fashion.


Já diz o ditado que “ervilha que ladra não morde”. Cheira-me que é só bazófias e garganta. Deves ser casado, muito bem comportado, obediente, com cabelinho à Paulo Bento, e o único sítio onde deves ter visto mamíferas na vida foi no canal do National Geographic.

Farófias há muitas, meu palerma, especialmente no Natal. Ou isso são os sonhos? Ou fatias douradas? Adiante. Ser casado não é ser castrado! E não, não vejo o National Geographic, não senhor, porque a minha esposa acha que a tv cabo é muito cara e que os 4 canais generalistas chegam perfeitamente.


Se não quer esclarecer porque é que o seu blog foi baptizado de “ervilhas albinas”, não o faça. Mas por favor pare de tratar os seus leitores (eu sou) como se fossem atrasados mentais. Devo, no entanto, salientar que se quer continuar a ter a sande [sic] e o copo de leite à sua espera para a ceia, tem de arrepiar caminho e fazer o obséquio de responder de uma vez por todas, nunca descurando a esmerada educação que eu lhe providenciei na Suiça (Mãe Ervilha, devidamente identificada, mesmo depois de análise e contra-análise de ADN)

Ó mamã, não escreva para aqui que me envergonha. Em vez disso, prefiro mil vezes que continue a enviar-me aquelas missivas lacradas com o brasão de família. E não adianta, eu não vou dizer, por favor não insista. E também sei pedir à Dona Tita para me fazer a sandes. Ainda por cima ela põe manteiga com sal da verdadeira e não dessa margarina para o coração que a mamã usa.

E diga à mana que era escusado ela tê-la ensinado a usar a internet e que assim já não lhe vou oferecer os Manolo Blahnik que ela tanto queria para o seu baile de debutantes. E diga igualmente à mana que ela é uma foleira e que as senhoras a sério não calçam o 42 e não cheiram a chulé (Nota Privada: querida não fique triste, alguém teria sempre de cheirar mal dos pés numa família tão extensa, afinal de contas eu não poderia ser a ervilha negra em tudo)


Quem é Débora F.? Vai voltar?

Débora é uma amiga a preto e branco de longa data. A preto e branco porque é muito urbano depressiva, citadina maníaca e bipolar do betão. A preto e branco porque apesar de ser uma mulher muito interessante nunca me ocorreu saltar-lhe para cima. Verdade seja dita que a sua orientação sexual também poderia ser um impedimento de maior.

Débora traja sempre de negro escuro até às cuecas , muitas vezes visíveis por debaixo de roupagens amigas da transparência, tem uma pele muito clara e uns grandes olhos cor de mar. Poderia, perfeitamente, ser um rebento da Família Adams.

Não sei se volta. É uma pessoa muito particular e imprevisível, se fosse rica seria uma excêntrica genuína. O texto que me deu estava manuscrito, pois nunca usa computadores e nunca veio à internet.


I can’t read Portuguese but I sense your magnetic genius pulsating all over my bloody screen. Would you please tell me what your blog is about?

Thank you for your kind interest. My blog is about life through the eyes of an albino pea and the anti-depressant qualities of laughter.

Although it is sometimes criticized for being a bit too heavy handed on sexual innuendos, it does use humor as a tool for social behavioural analysis, cognitive therapy and taboo breaking. Therefore anal sex without lube, paedophiles and FC Oporto Generalissimo Mr. Chick Da Back go hand in hand with Mammalian Females, Missionary activities and good old doggie style heterosexual fun.

Hope this has been marginally enlightening, yours truly, Ervilha Albina.

*****

Segue-se a tradução para os que não lêem em Inglês, efectuada automaticamente pelo Babel Fish. Juro pelos joelhos do Eusébio que não mudei uma só palavra!!! Só coloquei em itálico as minhas partes favoritas.

*****

Eu não posso ler portuguêses mas deteto seu gênio magnético que pulsa toda sobre minha tela sangrenta. Você dir-me-ia por favor o que seu blog é sobre?

Obrigado para seu interesse amável. Meu blog realiza-se sobre a vida com os olhos de uma ervilha do albino e as qualidades do antidepressivo do laughter.

Embora seja criticado às vezes sendo pesado do bocado um demasiado entregue em innuendos sexual, usa o humor como uma ferramenta para a análise behavioural social, a terapia cognitive e quebrar do tabu.

O sexo consequentemente anal sem lubrificante, os paedophiles e o Sr. Pintainho Da Para trás do generalissimo de FC o Porto vão em conjunto com atividades mammalian das fêmeas, do missionário e divertimento velho bom do heterosexual do estilo do doggie.

Espere que isto enlightening marginal, seu verdadeiramente, Ervilha Albina


Num dos seus textos refere que: “a iminência do orgasmo pode mudar a personalidade de uma pessoa”. Pode dar exemplos concretos? Eu já tive um orgasmo, corria o ano de 1977, mas não me parece que tenha feito qualquer diferença.

Para uma minoria de pessoas o orgasmo é um gosto que tem de ser adquirido. Exactamente como beber anis, fumar cigarros mentolados, comer chanfana e/ou lampreia, gostar de pessoas com deficiências na fala ou apreciar o desporto australiano de lançamento de anões.

Se assim não for, torna-se difícil de compreender, de abarcar toda a dimensão e magnitude da coisa.

Como exemplos concretos posso referir que tenho cortinas cor de laranja no salão, uma máquina de aparar pêlos do nariz que me comprometi a usar semanalmente e um piriquito que detesto ainda mais que as cortinas.


Agatha Christie encontrava inspiração enquanto depenicava maçãs na banheira. Como é que funciona o seu processo criativo? É semelhante?

Caro leitor, deixe-me, antes de mais, felicitá-lo pela sua pergunta, que ao contrário das demais é verdadeiramente interessante e merece uma resposta séria.

Como tal, não vou estar aqui a elaborar sobre as coisas que faço com o meu patinho amarelo motorizado, o meu fatinho de surf e a minha lanterna anfíbia durante o banho de submersão. Quanto às maçãs, não sou grande depenicador. Também não tenho sonhos interessantes e não acordo a meio da noite com ideias brilhantes porque o valium não me deixa.

Uso duas técnicas distintas para conseguir ultrapassar a fasquia da genialidade. A primeira chama-se “copy, polish and paste” (“copíe o lustrador e cole-o”, de acordo com o Babel Fish) e consiste em apropriar-me de ideias de outras pessoas, dar-lhes um toquezinho aqui ou ali, corrigir erros ortográficos, mudar os nomes reais (ex: de “ervilha alcina” para “ervilha albina” de modo a não levantar suspeitas) e publicá-las no blog.

Aconselho aos iniciados a *não* surripiarem coisas da net, nem de publicações de grande tiragem como fez a Clara Pinto Correia. O melhor mesmo é usar a correspondência privada de familiares e amigos, artigos em jornais regionais ou mesmo panfletos publicitários (tenho um fraquinho especial por aqueles em que Jesus me salva). O Santo Graal bibliográfico desta técnica são diários manuscritos de fêmeas ocidentais, sexualmente activas, de classe média alta e de idades compreendidas entre os 14 e os 24 anos. Se alguém tiver algum para venda por favor contacte-me aqui. Pago um extra se a autora se chamar: Marlene, Cátia, Vanessa, Erica, Soraia, Dânia, Bruna, Carina, Irina, Micaela, Natacha, Nicole, Petra, Tatiana, Yolanda, Anatole, Enezenaide e, claro está, Anália.

A segunda técnica não posso revelar. Lamento, meu caro, mas o segredo é a alma do negócio. Além de mim, só a Irmã Lúcia é que sabia e o mundo ainda não está preparado para que se desvende o mítico quarto segredo de Fátima.


A Pessoa que não quer ser identificada (PQNQSI)* é uma mulher não é? Se fosse um homem de barba rija até teria orgulho em ter sido apanhado com a “bona na cotija” (até rimei!) Caso não possas mesmo dizer quem é, não podes dar umas pistas?

Não revelo as minhas fontes. Nem sob tortura macaca, chinesa ou cócegas com uma pena de flamingo na planta do pé direito. Nem que me cortassem o prepúcio à dentada. E mesmo que fosse a Gisele Bündchen! Prometo PQNQSI, fica descansado(a).

Pista número um: Gosta de comer sandes de manteiga com açucar amarelo
PN2: Vê mal ao longe objectos sobre a água
PN3: Certa vez perguntou-me: “Eu nunca acabo as minhas frases em não, pois não?”


*Ver Post: A Promessa

Tuesday, July 24, 2007

Quem Canta Assim Não É Gago




A Wing tornou-se uma celebridade internacional após ter feito uma aparição num episódio da série "South Park".
Há muito poucas coisas que me animem pela manhã, mas a Wing é uma delas!

Carta Aberta à Ana de Amsterdam


Nada de sinistro me move a favor da Ana de Amsterdam. Não a conheço. Não quero conhecer. Não fui pago para isto, nem em caril, nem em bebinca. Hoje também nem é o dia internacional da Ervilha Altruísta mas algo me impele a promover o seu blog, o segundo melhor da blogolusolandia.

Ana aparenta ser um mexilhão como os outros, está na rocha que é seu fado e leva quando o mar está danado. O que a distingue dos outros bivalves é o requinte das suas crónicas de escárnio e maldizer, cuja acidez superficial se muta em humor refinado e, não raramente, em amor escancarado.


“Cara Ana de Amsterdam, gosto muito do teu berloque. É tão deliciosamente feminino, cheio de contradições e monhés. Gostava de ser de Corroios, de Casal de Cambra ou do Monte Abraão só para que reparasses em mim. Talvez se eu usasse botões de punho e sapatos de cunha? Ou me chamasse Ervilha Guimarães Carrilho?

Fazes-me sorrir mesmo quando te esqueces do cipralex e choras na sopa. Obrigado por seleccionares e traduzires os “classificados” do Público. Pena é que não compreendas os Led Zeppelin, mas ninguém é perfeito. E fica descansada, que eu nunca conheci ninguém chamada Ana Clara.

PS: Já encomendei o meu novo dicionário da Porto Editora”


Posts Recomendados: Ensaio sobre a Parolice, Gajas, Torre, Dildos, Massamá, Falópio, Xabregas, Dói-Dói, Autópsia, Rainha de Copas, Vagina, Pinguelinho, Cipralex, Manara, P-U-T-A, Yoga, DN, entre muitos.

Sunday, July 22, 2007

Os Bons Dias


À semelhança de todos os grandes (aspirantes a) escritores tenho um poiso frequente onde como, bebo e me misturo com o povo, de modo a auscultar a opinião pública in situ e não perder o contacto com a realidade.
Foi lá que descobri a Floribela, o José Castelo Branco, a Madeleine, que o Jorge Sampaio já não é Presidente e que a Clara Pinto Correia escrevia para um tablóide. Como raramente me apetece cozinhar e não gosto de beber em casa, acabo sempre por passar lá uma ou duas horas por dia.

É uma daquelas casas de pasto bem lusitanas, misto de restaurante/ cervejaria/ pastelaria, com comida tradicional portuguesa em doses obscenamente grandes para uma ervilha do meu tamanho e que tem aqueles grelhados paradoxais que são na brasa mas demoram uma eternidade a chegar.

Um dos bons profissionais que lá trabalha é o Sr. Romano. Muito educado, sem ser subserviente, possuí um raro bom senso, uma sabedoria inata para as coisas da vida e é, genuinamente, uma pessoa boa. Eu até acho que o bigode que ostenta não é uma opção estética infeliz, mas sim mais uma demonstração inequívoca do seu profissionalismo exemplar. Afinal de contas quem é não confia num empregado de mesa de bigode?

Há uns dias chegou ao pé de mim e disse:
- Sr. Ervilha, se me saísse o euromilhões nunca mais dava os bons dias a ninguém.

Eu fiquei estupefacto. O dinheiro não muda a personalidade a ninguém. Quase nada muda. Só talvez a proximidade da morte, a iminência do orgasmo ou o milagre de eu ter sido pai de uma criança de cor absolutamente distinta da minha e da da mãe.

- Ó Sr. Romano, não diga uma coisa dessas que eu não acredito.
- Acredite que é verdade! Cinco números e duas estrelas e era certinho! Acabava-se o bom dia para aqui, bom-dia para ali.
- Só pode estar a brincar comigo! Não posso crer que se cruzasse comigo na rua e não me cumprimentasse!

Os seus olhos brilharam, a sua boca definiu-se num sorriso trocista e disse-me com uma satisfação própria de uma criança:
- Não é isso Sr.Ervilha, é que se eu ganhasse o euromilhões nunca mais me levantava antes do meio-dia!

Apesar da infantilidade simplista da piada, soltei uma risada de bom grado. Pensei quão privilegiado era de me deitar e acordar ao sabor do meu corpo, sem stresses, nem despertador e, por uma vez na vida, senti compaixão por aquele homem desconhecido que me trazia as imperiais, o bacalhau, o cinzeiro e o descafeínado, de forma incansável e sempre de sorriso nos lábios, dia após dia.
***

Este texto, que ele nunca irá ler, é-lhe dedicado. A ele, que trabalha seis dias por semana e dez horas por dia, e à assustadora minoria de portugueses que trabalha e nunca se queixa.

Friday, July 20, 2007

Epá da Olá


Tinha-me esquecido por completo que o Verão existia. O trabalho sobrecarregava-me de tal forma que nem tinha tempo para pensar. Para dizer a verdade eu é que me agarrava ao trabalho como se ele fosse a saia plissada de xadrez escocês da minha mãe, de outro tempo em que mãe era materna e não precisava de ser moderna.

Talvez fosse melhor assim, também não era altura para estar a fazer grandes planos ou a tomar decisões irreversíveis. Todos os dias do trabalho para casa e de casa para o trabalho, o mundo afunila e vive-se numa estado alienado que por muito que não seja salutar, sempre impede uma doença incapacitante de se instalar. Com sorte. E já era altura de ela me bafejar de novo. Pelo sim, pelo não, vou esperar sentada.

Nem tinha forças para ver televisão, mal encostava a qualquer sítio adormecia de imediato, mesmo que estivesse de pé. Dormir, desde que não se sonhe, é uma benção. O maravilhoso sistema de reboot humano, um sair e voltar a entrar na esperança que tudo vá melhorar.

Às vezes sobreviver é mais fácil do que viver. Concentramo-nos nas coisas básicas como comer, dormir, ganhar sustento. Tarefas quotidianas, repetitivas, mecânicas são as mais simples, aquelas que não é preciso questionar nunca e sem as quais a vida cessa. Agora é para ir tomar banho, agora escolher a roupa, vá lá, tu consegues, agora tenho que sair da porta para fora, isso, muito bem, com um pé de cada vez a ignorar os porquês.

Ela tinha-se ido há mais de seis meses, quase de forma tão rápida como quando apareceu feita furacão Catarina e mudou a minha vida para sempre. Eu nunca havia chorado, nem uma lágrima orfã, nem gotícula desemparelhada, nem nada de nada.

Gastava muita da pouca energia que tinha a evitar os outros. Antes dela, num outrora longínquo, alguns desses outros eram importantes e próximos, mas não mais. Aqui estou só eu, isto é um poço de um só lugar, não dá para vir à pendura. Nada perdura, o tempo dá cabo de tudo, tão certo, tão regular, tão tic, tão tac.

Daí a surpresa de dar pelo Verão. Desejar o sol no peito, a areia no dorso e os sons, que só o mar sabe fazer, a cantarem-me ao ouvido. E um Epá da Olá com pastilha de plástico e colher de elástico e sabor a prefácio seria fantástico.

A logística é aterradora. O fato de banho serve? Há fila na ponte? Levo chapéu? Cadeira? Farnel? Jesus, teria de me depilar primeiro! Já não quero nada, vou dormir sossegada, longe da manada, na manta enrolada. Posição fetal assumida, almofada entre coxas prendida, sem saudade de ser fodida e o mundo lá fora com bilhete só de ida.

A visão do Epá na praia persegue-me como um síndrome de abstinência. Atormenta-me as tormentas. Vou ter de dobrar este cabo. Enfrentar o Adamastor. Ligo para o cabeleireiro. Perna inteira, virilhas, linha alba, axilas, outras partes que tais, que nunca são demais.

O laser não dói como eu recordava. São meras cócegas em mulher brava. A senhora da bata falava e falava. No final sorriu, fez-me uma festinha premente na minha face ausente e disse: “A menina é uma valente!”

No dia seguinte o Epá fez-me sossegar ou pode ter sido o mar a ver a minha vida a passar ou toda aquela areia fugida das ampulhetas do tempo que me deu o alento para finalmente chorar de encontro ao vento e de marcar o momento em que basta é chegar. Já chega. Vou pedir ajuda.

Débora F.

Grafismo e Edição de Ervilha Albina

Thursday, July 19, 2007

A Promessa


Este post é um retrato fidedigno de uma coversa telefónica entre o Ervilha Albina (EA) e Pessoa que não quer ser identificada (PQNQSI).

Ervilha bebe o seu cognac digestivo, o Mika e a sua Grace Kelly passam num VH1 “mutado” e o charuto vai ardendo desamparado no cinzeiro, já partido e já colado, que o tio Albano trouxe do Colorado.
A conversa vai animada e Ervilha (chato) pergunta a PQNQSI o que tem achado dos últimos textos.

PQNQSI - Ora deixa cá ver, vou-me pôr on-line
EA – Percebeste tudo?Mesmo as private?
PQNQSI – A maioria. Esta das coxas grossas pode ser para muito gente...
EA – Pois...
PQNQSI – Gostei daquela dos especial k fitness, pouca gente deve apanhar
EA – Sim, mas a mim o que me interessa é que eu me divirta a escrever
PQNQSI – Tens comentários novos?
EA – Não sei, tou sem net há horas
PQNQSI – Então eu vou ver

Pequena pausa enquanto "scrolla" alegremente página abaixo.

PQNQSI – Não tens nenhum naquele em que pedes, quase por favor, para te deixarem
EA – Sim, era mesmo um teste, já percebi que os meus leitores são do contra. Vou ter de usar da psicologia invertida mais básica para os tornar mais interactivos, tipo fechar os comments nos posts mais polémicos.
PQNQSI – Pois...ou então falares de futebol...

Nisto num assomo repentino de entusiasmo quase infantil, PQNQSI diz:
- Já tens comentários na cona*!!!!!!!!
Ervilha Albina cospe cognac por todos os oríficios, engasga-se e rebola pelo chão em simultâneo, num bailado moderno que intriga sobremaneira Micas, a gata felpuda. Do outro lado do telefone a consciencialização do que havia sido dito demora só mais um instante. Há gargalhadas sonoras e torna-se extremamente difícil articular uma frase coerente.
Por fim, PQNQSI em lágrimas lá diz:
- Promete que não con(t)as isto a ninguém!
EA – Prometo, palavra de Ervilha! Fica descansado(a)
*nota do chefe de redacção: ver post “Hoje Só Acordei Assim”

Wednesday, July 18, 2007

II Top Ten de Questões Habituais Regularmente Indagadas


Diz lá a sério porque é que o berloque se chama ervilhas albinas?
Porque sim. Porque nenhum dos meus progenitores gostava especialmente de mim. Porque tive uma professora de biologia que me marcou de forma particular. Porque gosto de pertencer a minorias silenciosas.
Deixo-te com uma lista de nomes alternativos (sem copyright, é favor servirem-se) que considerei durante o longo e penoso processo de gestação:
Fotu Godameda, Phi Male, A Mamífera, Phallus Impudicus, Úrúbú anonimus, Pico Ruivo, O Hilário, Xá-das-4, Siririca Lusitana, A Musa Lusa, Ana de Roterdam, Born to be Mild, Porn to be Wild, Sacos de Plástico a Restolhar, Acrotramp, Pitencantropus narcisus, Hetero sapiens, O Esposo, Barriga de alquilar, Ovelhas e Pastorinhos, Gazeta do Pinhal Novo, Blogspot “G”, O Onanista Onírico, Eusébio o Pantera Negra, Al Gemada, El Gran Manzana, O Anjinho, Erbilhas Alvinas, A Campina, Ana de Bloomsbury, Marianita Bonita, O Procrastinador Predestinado, Doors (as portas no muro dos Pink Floyd), Ginecologia no Carregado, Coxas Grossas, Baby Rui e, finalmente, Mãos Pequenas Próstata Distante – crónicas do desespero
Blog bué da fix. Boa Onda. És kota kurtido. Akela posta do tremosso, surreal MAN! Fónix, Arizona! Kontinua Axim! Keres linkar-me? Xovens-di-ois.blogspot.com. Fika Kool Danone.
(Sem comentários)
Parece ser um homem muito interessante a nível psiquiátrico. Será que nos podia mostrar uma fotografia real sua, de preferência um nú artistíco? (Só para ver se a bota bate com a perdigota)
Com certeza minha Senhora, basta olhar para a fotografia no ínicio deste post que foi tirada num arraial popular em Alfama, em Junho transacto, pelo meu amigo e famoso crossdresser Visconde de Sade. Compreenda que por modéstia vi-me forçado a apagar (airbrushar) as enormes partes pudendas que cobriam mais de metade da foto (ok, está bem, pronto(s), confesso que estava muito frio...acontece aos melhores...)
Doutor Albina, ajude-me por favor, não sei o que fazer! Estou muito grávida e apaixonada pelo melhor amigo do meu marido com quem mantenho relações sexuais ocasionais, vá lá, diárias, de há 2 meses para cá. (leitora de Rio de Mouro devidamente identificada)
Não se preocupe, a sua patologia é muito mais comum do que possa imaginar. De momento as suas hormonas estão como um gang de metaleiros a fazer mosh num concerto de Death Metal. Pense positivo, pense por exemplo que agora não pode engravidar outra vez.
Após o parto com dor num qualquer hospital público onde a vão deixar sózinha e não chegar a tempo de lhe dar a epidural (recomendo-lhe vivamente o Amadora-Sintra da sua área de residência) vai ver que a sua libido descontrolada desaparece. Se tiver a felicidade de entrar em depressão pós-parto, constatará que o seu problema presente irá ficar resolvido para sempre. Boa Sorte.
Em vários textos refere que é bi mas passa a vida a fazer pouco dos homossexuais. Quer elaborar?
Sou, de facto, bilingue, bípede, bilateral, bipolar, amBIdestro (olhem pra mim a fazer isto com a iskerda!), tenho um B.I., tenho um Bichano impaciente de olhar pecaminoso, como Bitoques, brinquei com Bisnagas e já me Bi à rasca para urinar muitas vezes.
Não creio que procure a piada fácil, parque-maieriana (neo ervi), especificamente direccionada aos homossexuais. Como minoria, é verdade, que se põe bem jeito, mas tento distribuir os males pelas aldeias de forma equitativa. Eu próprio gosto de ser gozado e que gozem em mim de forma múltipla.
Toda a gente tem o direito inalienável que façam pouco de si, aliás, isto deveria ser uma adenda à Declaração Universal dos Direitos das Ervilhas (Dude!).
Porque é que o teus top ten raramente tem dez entradas?
Porque a vida não é aritmética e às vezes tens de jogar em relva sintética. Porque tenho facilidade em escrever mas dificuldade a contar. Porque acho enfadonho quando é tudo muito previsível e não há surpresas.
Depois de tanto marketing, acho triste e lamentável que não me envie os 13,75 euros correspondentes a metade da diária da pensão na Almirante Reis onde ocorreu o monumental fiasco. Merecia que eu contasse a toda a gente o que se passou. Tem muita sorte que eu seja uma pessoa de bem! (Divorciada Recorrente devidamente identificada)
Eu bem que a avisei que tinha um medo mórbido de mobílias antigas! Mas, de qualquer modo, gostaria de lhe pedir as minhas mais sinceras desculpas por ter perdido a chave das algemas e assegurar-lhe que o cheque já está no correio!
Podes levantar a ponta do véu sobre algumas das coisas que vão acontecer, num futuro próximo, na blogonovela “O Ginásio”?
O futuro adeus pertence, mas penso que se for só levantar a pontinha não fará mal nenhum.
A Mamífera deverá ressurgir em breve, Ervi vai começar a dispersar os seus afectos e terá um novo companheiro de aventuras, um Watson para o seu Sherlock, um Pateta para o seu Mickey, um António Araújo para o seu Pinto da Costa.
Sou biógrafo amador e gostaria muito de escrever sobre si. Podia fornecer-me alguns dados concretos? Nome completo, formação, hobbies?
Ervilha Albina da Silva Mendel.
Licenciado em Teologia pela Universidade Independente de Lisboa . Especialista em Praxiologia Pastoral, Teologia dos Sacramentos II, Cristologia, Soteriologia, Evangelhos Sinópticos e Mistério de Deus.
Gosto de ver curling na televisão, ajudar nas vindimas, ler jornais sensacionalistas e de me meter com as raparigas que têm blogs onde falem de a) Sex and the City b) Lost In Translation c) sapatos e malas d) depilação e) livros do Gabriel Garcia Marquez f) discos do Sérgio Godinho g) desgostos amorosos h) Cristiano Ronaldo i) dietas j) cereais especial k) fitness l) inutilidade dos homens em geral m) nulidade de um homem em particular e n) outras coisas de interesse...

Tuesday, July 17, 2007

O Ginásio VI - The Dark Side of the Force


A oitava maravilha do mundo meteu baixa e foi de férias para parte incerta. Sem a Mamífera o ginásio não é o mesmo. As cores esmorecem, os músculos doem, a alma chora. Nem as pequenas coisas, como quando descobri o “Higienizador de tampo de sanita” na casa de banho dos deficientes, me alegram. Nem o mais tímido dos sorrisos quando constatei que o “solário de luz natural” era um terraço ao ar livre.

As pessoas mais próximas dizem-me que estou com mau aspecto, que preciso de apanhar sol. Que estou com “cor de ervilha quando foge”. Tento explicar que sou albino. Garantem-me que sou português e que,como tal, com o protector solar adequado, “um solzinho não faz mal a ninguém”. Eu só penso em comprar postais foleiros que digam “I’m Sorry” em sete línguas diferentes, em enchê-la de chocolates e flores, serenatas de amores e vestidos às cores.

A culpa não mata mas mói. E eu tenho um grande dói-dói.

Certo dia, recebo a conta do Dr. Domingos de Rãs, e com ela uma nota que diz “És um mouro porreiro, força na berga que mamíferas há muitas! E não te esqueças que cada uma delas bem cum par!”. Este homem é uma força da Natureza. Se não existisse teria de ser inventado. É a prova viva de que a realidade ultrapassa sempre a ficção. As suas palavras têm o condão de me espevitar. É hora de arregaçar as mangas e tornar à luta. When the going gets tough, Ervilha gets going!

Diz o velho adágio que “se não os podes vencer, junta-te a eles” e eu estou pronto para abraçar o “dark side of the force”. Começo pelo equipamento. Vou à Sport Zone e selecciono um sem número de peças de roupa similares às que o povo usa. Ainda olho de soslaio para uns ténis pretos mas começa-me a doer o estomâgo. Vou para os provadores e digo ao senhor segurança que são 27 peças, ele olha-me com desconfiança, mas lá acaba por se resignar. Afinal as mulheres não são fúteis de todo, isto é muito divertido!

Enquanto me miro no espelho, em posições pouco dignas para conseguir ver como os calções me ficam no rabo, entra um casal para o provador ao lado. Estão muito animados e, ao que parece, a provar fatos de banho. No sistema sonoro uma voz indolente e nasalada avisa: “Srs. Clientes só é permitida uma pessoa por cubínculo”. Assim mesmo, “cubínculo”. Os meus vizinhos de ocasião parecem completamente alheados deste facto, ou provavelmente, também não fazem a mínima ideia do que será um cubínculo. A voz feminina diz “esse não, ficas com um grande chumaço”. Risadas. “Hum, esse fica-te mesmo a matar, era já aqui!” opina a voz mais grave. Mais Gargalhadas. Isto é mesmo divertido! Definitivamente a repetir!

Muito entusiasmado com a minha inolvidável estreia como voyeur audio, opto por uns calções Nike, umas bermudas Reebook, uns corsários Adidas, duas t-shirts de manga cava Sport Zone e dois polos Lacoste. Na caixa, quando me apercebo do preço dos dois últimos, quase tenho um ataque catatónico neuro-vegetativo mas tenho vergonha de dizer seja o que for. Que se lixe, a tatuagem vai-me doer ainda mais.

A seguir vou ver dos i-pods, mas perco a coragem a meio. São muito caros e efeminados. Só uma mariposa ou um nerd é que usava isto, um daqueles geeks do pior que deixa comentários anónimos nos blogs dos próprios familiares. Decido confiar a tarefa ao meu velho e fiel Discman. Se a menina pensava que o namorado ficava com um grande chumaço devia era ver-me de Discman dentro dos calções no meio do ginásio...

Não vou entrar em pormenores em relação à tatuagem. Basta saberem que tenho mais medo de agulhas do que de aviões, que desmaiei durante o processo, que a Dona Cristina, enfermeira diplomada, largou o seu almoço no McDonald’s a meio só para me vir acudir e que, no presente, sou o orgulhoso ostentador de uma tribal incompleta no braço direito. Com a ajuda de Deus, há-de chegar. Pelo menos é diferente. Ervilha, o original acidental.

Estou pronto para me metamorfosear num deles, só me falta aperfeiçoar o dialecto local. A partir de agora vou ao treino, faço 30 de elíptica na zona cardio, trabalho os oblíquos, os diagonais e os perpendiculares, distribuo hi-fives e low-fives, bebo cocktails de red bull, isostar e diet coke e passo a contemplar-me lascivamente ao espelho durante dez minutos após cada exercício. Garanto-vos que vai ser cada tiro, cada melro. Mas não se preocupem que eu prometo que não vou descurar a caça grossa...

Monday, July 16, 2007

Top Ten Regras de Etiqueta para Passares a Noite Sózinho ou com o centrefold da Pamela Anderson


Mencionares que, apesar de já não teres idade para receber o subsídio de jovem agricultor, ainda vives em casa dos teus pais

Teres mau hálito e explicares que já no liceu a tua alcunha era "bafo de onça"

Dizeres “Já tive uma cortina de casa de banho exactamente igual a isso” enquanto lhe apontas para o vestido

Palitares os dentes com a unha grande do mindinho

Teres a unha do mindinho grande

Levares vestida um camisola cor-de-rosa de alças e/ou sandálias com meias brancas

Garantires que as tuas expressão favoritas são “Há coisas que aconatecem” e “Um saralho do carilho” (N.B.: não confudir com Carrilho)

Mastigares de boca aberta e descreveres de forma gráfica que sofres de refluxo gástrico

Queixares-te de que a tua “esposa/dama/velha/gaja/maria” é má para ti e que és um incompreendido

Expressares a tua idolatração (neologismo ervilha) pelo Hugh Hefner

Nunca te rires dos gracejos dela e até franzires as sobrancelhas quando ela os faz

Não teres tapado a tatuagem que diz “Angola 1973” com uma tatuagem tribal moderna

Dizeres “até és gira, dentro do género”, enquanto fungas ruidosamente

Falares incessantemente das tuas anteriores namoradas, conquistas, relações, ralações, affaires, proezas acrobato-sexuais contranatura, etc., mesmo que sejam todas imaginárias

Enganares-te constantemente no nome dela e quando ela te corrige dizeres “whatever

Falares da convenção da Guerra das Estrelas com entusiamo inusitado (nota privada: desculpa lá meu querido!)

Nunca tirares os olhos do decote dela, nem mesmo quando ela menciona que gosta muito de coversas "olhos nos olhos"

Referires casualmente que, numa ou noutra ocasião, já (per)seguiste mulheres desconhecidas na rua

Assobiares e fazeres sons guturais às outras mulheres que passam

Cheirares como um elevador que, devido a um corte do fornecimento eléctrico, teve no seu interior, durante duas horas, um cão que tinha voltado da rua num dia de chuva torrencial (N.B.: cara EDP, isto é só a brincar, estas coisas nunca acontecem na vida real!)

Esqueceres-te de cobrir a marca da aliança com um penso rápido

Fumares cigarrilhas ordinárias e atirares-lhe o fumo para a cara

Insistires que a tua mãe é ultra maravilhosa, inclusive passa-te a roupa interior a ferro e deixa-te um copo de leite e um papo-seco com manteiga na mesa de cabeceira quando chegas tarde a casa, e que não há mulher no mundo que lhe chegue aos calcanhares

Confessares que és o autor de um blog chamado “ervilhas albinas”

Se nada disto funcionar é porque estás a jantar à luz das velas com um homem. Não bebas mais, pede a conta, paga, inventa um compromisso de última hora e vai para casa descansar. Não toques no papo-seco e muito menos no leite.

Sunday, July 15, 2007

Hoje Só Acordei Assim


Saturday, July 14, 2007

Top Ten Medidas Urgentes Para Salvar o País (Ultra Simplex)


Ou o que uma ervilha tem de escrever para tentar que os seus leitores lhe deixem comentários...

Despenalização de todas as drogas e substâncias possíveis e imagináveis e aplicação de impostos similares aos do tabaco, cujas receitas devem, posteriormente, reverter para a construção de mais 10 grandes estádios de futebol, 2 pontes sobre o Tejo, TGVs, Aeroportos, 3 Expos e 7000 centros comerciais.

Penas de prisão efectiva para quem diga “esposa, esposo, quaisqueres, pírula, espilrro e traumatismo ucraniano”

Aborto obrigatório. Caso isto não seja possível após 10 referendos, eutanásia obrigatória. Na remota possibilidade de isto também não se vir a concretizar, atribuição de um subsídio de suicído (SubSid) a fundo perdido no valor nominal de 1000 euros, limpos de impostos, e com a garantia adicional de se aparecer na televisão num qualquer programa da manhã ou da tarde de qualquer um dos canais generalistas.

Baixar o IVA dos Discos, DVDs, CDs e K7 pirata de 21 para 5%

Erradicação de todas as religiões e seitas, em especial dos escuteiros e do PNR. Acabar com todos os feriados de índole religiosa e, se necessário para evitar motins, substítui-los por outros de carácter pagão. Sugestão: 30 de Fevereiro – Comemoração do final da licenciatura, mestrado, doutoramento e pós-doutoramento do Ervilha Albicastrense.

Coroar Alberto João como Imperador das Desertas e conceder-lhe a independência imediata e irreversível.

Deixar os homossexuais, lésbicas e transgender fazerem tudo aquilo a que tem direito (casar, adoptar, divorciar, ter batalhas judiciais pelas heranças e pela jurisdição das criancinhas) desde que depois não se queixem e se lembrem que nós bem avisámos.
Adicionalmente poderiam comprometer-se a colonizar os bairros degradados das nossas cidades, recuperá-los, dinamizá-los e embelezá-los com muitas bandeirinhas coloridas e/ou com a cara do Scolari durante as fases finais de Europeus e Mundiais.

Obrigatoriedade, de todos aqueles cujo trabalho envolva atender o grande público, de se encharcarem em anti-depressivos e ansiolíticos por forma a que os índices de satisfação da população disparem para a estratosfera.

Possibilidade de descontar no IRS despesas de educação com os animais domésticos ascendentes, descendentes e colaterais até 2º grau.

Acabar com o segredo de justiça, a prisão preventiva e a prisão de ventre. Em alternativa proponho a prisão domiciliária em casa dos sogros e pulseiras electrónicas de marca, concebidas pelos melhores designers do país (desculpa lá Fátima Lopes!) e com uma selecção de cores vasta de modo a poderem combinar com os telemóveis. Distribuir chá Bekunis gratuitamente à população.

Isenção de IVA para bens de primeira necessidade como por exemplo: tudo o que seja feito de látex, preservativos de mentol, lubrificantes que não ardam nem cheirem a brise ou insecticida, dildos e vibradores e suas fontes de alimentação (pilhas, baterias e pequenos geradores a diesel para fogos até 5000 habitantes), pornografia em geral, geriátrica em particular.

Restruturação do conceito de serviço público televisivo com todas as RTP a transmitirem futebol 24 horas por dia, 7 dias por semana. Consequente extinção da Sport TV, Eurosport, ESPN e de todas as outras modalidades, ditas amadoras, com especial destaque para o futsal e o futebol de praia que me enervam ainda mais que os escuteiros.

Recriação de uma espécie de “Mocidade Portuguesa”, desta feita com uniformes da Zara, onde as crianças e adolescentes aprenderiam a ser minimamente educadas outra vez, sob pena de a) serem doadas a casais homossexuais b) irem povoar as Desertas sob a supervisão do tio Alberto c) terem de ler a obra completa da Clara Pinto Correia, incluíndo plágios (esta última punição só seria aplicada de forma excepcional nos casos muito graves e exigiria uma maioria qualificada de dois terços na Assembleia da República)

PS: Caso se interroguem, a fotografia que ilustra este post é de um dildo de titânio dourado adornado por pequenos brilhantes. Pode ir à máquina da loiça, é hipo-alérgico e suficientemente discreto para estar em exposição na sala de jantar.
Não querendo puxar a brasa à minha sardinha, sou o importador exclusivo para Portugal deste modelo e posso ser contactado em ervilh(abóbora)gmail(pontofinal)com